O
mestre Zen diz:
Um
momento de compreensão genuína dissolve eras de ignorância e ilusão.
Procure entender isso... Nossas mentes
estão tão cheias de ignorância e ilusão que nos esquecemos de nossos corações
doces, cheios de sabedoria e compaixão.
As crianças – em sua maioria – parecem
nascer com esta atitude naturalmente amorosa. Quando nós somos pequenos, nós
desejamos o melhor para todos. Mas, em seguida, o que acontece? À medida que o
tempo passa, a vida se torna mais complexa e a simplicidade infantil vai
ficando cada vez mais longe de nós. Em um mundo que parece colocar mais ênfase
na competição e na exploração do que na compaixão, colaboração e benefício
mútuo, acho que esse processo aconteceu a todos nós.
Algum de nós pode dizer honestamente
que se importa com a felicidade dos outros tanto quanto com seu próprio prazer
e bem estar? Me arrisco a dizer que vamos mais além e experimentamos
negatividade com relação aos outros. Infelizmente, em muitos ambientes
competitivamente hostis, parece que para alguém ser bem sucedido, outra pessoa
precisa falhar. E pensamentos e intenções nada gentis começam a anuviar
(encobrir) as nossas atitudes, originalmente positivas.
Quem dentre de nós nunca sentiu o
impulso de bater palmas, ou pelo menos sorrir, quando outra pessoa tem má sorte
ou tropeça e cai?
Muitas vezes parece que o “outro” é
quem está entre você e aquilo que quer. Você nunca tentou passar na frente de
alguém – na escola, no trânsito, no trabalho, na fila? Quem não tentou? A
maioria de nós foi criado para ser competitivo, lutar para vencer, ser o mais
importante, ser o primeiro. Para alguns, esse espírito competitivo é muito
admirado: consiga o melhor negócio, a melhor vaga no estacionamento, o melhor
resultado. Trate os outros como inimigos naturais – empurre, pise, faça o que
precisa ser feito! Primeiro eu! Por mais que condenemos este comportamento,
todos nós temos este impulso de vez em quando.
A segunda etapa desse caminho ensinado
por Buda, a Intenção Correta, nos diz para virar pelo avesso estas atitudes de
vencer e conseguir o que queremos a qualquer preço. Ela sugere ao buscador
espiritual que ser menos egoísta é do seu total interesse. Quando nossas
energias estão ocupadas com pensamentos de “meu” e “eu”, não estamos honrando
nem nossa dignidade humana nem nossa natureza desperta (búdica) – que é inata.
O Darma (ensinamento) insiste com os
buscadores para que desenvolvam uma visão não egoísta do mundo, porque a
realidade é que estamos todos interligados; nossos destinos se entrelaçam. É
preciso uma comunidade inteira para criar um ser desperto como Buda.
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