Perceba... Medimos o tempo. Perdemos
tempo. Matamos o tempo. Não temos tempo.
Num estado de espírito que varia entre
o aborrecimento, a agitação e o desespero, as pessoas sempre dizem: “Eu não
tenho tempo”!
O ritmo da vida é muito mais frenético
do que era uma geração atrás. E tentar acompanhar o ritmo dos dias de hoje é
uma tarefa árdua. Esse estresse se manifesta na forma de deficiências
imunológicas, pressão alta, ataques cardíacos e derrames, insônia e problemas
digestivos. O estresse diminui nossa capacidade de pensar claramente e de tomar
decisões competentes; o estresse aumenta o mau humor e nos faz trabalhar com
displicência. E como resultado, temos mais problemas no dia a dia: discussões
no trabalho e em casa, acidentes de trânsito por dirigir em alta velocidade
tagarelando ao celular, além de desgastar o corpo antes da hora. O estresse,
quando se prolonga por muito tempo, pode até mudar a configuração do cérebro,
nos deixando mais vulneráveis à ansiedade e à depressão, vulneráveis à
obesidade e ao abuso de drogas.
O problema para muitos é aprender como
se desligar de toda essa agitação para ter um pouco de paz e tranquilidade, mas
se cultivarmos a clareza, o desapego e a equanimidade podemos aprender a permanecer
atentos ao momento presente e encontrar paz interior.
A prática da meditação e uma vida
espiritual dedicada dão ao tempo uma qualidade expansiva infinita, que melhora
cada momento da vida.
Então, procure deixar o passado
passar, disse Buda, deixe o futuro passar e transcenda as coisas do tempo.
Quando existimos apenas no momento presente, apenas naquilo que é, e não no
remorso, no medo ou na preocupação com o futuro, o nosso conceito de limitação
no tempo não terá mais impacto negativo na nossa vida. Essa é uma sabedoria
ancestral, atemporal. As pessoas vêm escrevendo sobre viver no momento presente
desde os tempos do faraó Akhenaton, que 1400 anos antes de Cristo escreveu:
“Aquele que trata com descaso o momento presente joga fora tudo o que tem”.
Isso é algo que todos nós temos que
lembrar todos os dias. Não podemos nos dar ao luxo de esperar para aprender
essa lição. Esteja presente neste momento como se fosse o último momento. É
assim que meditamos, é assim que levamos a vida centrada e consciente, é assim que
permanecemos no agora. E é assim que começamos a fazer as pazes com o tempo e
com nós mesmos.
No Tempo do Buda, não existem
devaneios mesquinhos sobre o mundo construído pela mente. É um lugar de ser e
não de fazer, uma dimensão muito maior do que a grande parte das pessoas
habita.
Quando você aprender a viver no Tempo
do Buda, adotando aquilo que chamo de consciência do agora na sua vida diária,
você será mais presente e comprometido nas suas interações, você será mais
capaz de lidar com os momentos difíceis, percebendo quando é a hora de se
afirmar ou de se recolher. Acima de tudo, você reconhecerá que cada um de nós
tem o seu ritmo e a sua maneira de desabrochar. Você se sentirá tranquilo com a
sua capacidade para descobrir a felicidade e contentamento. A consciência do
agora é o segredo para a iluminação e para a autorrealização: o Buda dentro de
nós.
A vida no Tempo do Buda não é
contrária à vida moderna, mas desenvolve Mente Atenta para viver de forma
saudável e feliz.
Seja você budista ou não, essas
informações darão a você inspiração e as ferramentas necessárias para diminuir
o estresse na sua vida e vai ajuda-lo a encontrar o foco, o contentamento, a
criatividade e a sabedoria.
Sempre temos a liberdade de escolher
como reagir, o que fazer ou como viver. Sempre temos tempo para respirar e
recomeçar revitalizados, despertos e atentos, porque quando nos unimos com a
nossa verdadeira natureza – que está além do tempo -, e a entendemos,
automaticamente desaceleramos. E quando desaceleramos, o tempo também
desacelera e, assim, percebemos que ele se multiplica.
Podemos aprender a fazer as coisas com
sensatez e cada uma na sua hora quando estamos sob pressão, desligando a
falação da mente, que nos faz sentir que temos que fazer muitas coisas de uma
vez.
Quanto mais nos conscientizamos sobre
o que mais nos estressa e sobre os hábitos improdutivos que temos, mais
próximos estamos de nos livrar de tudo isso. Ter uma relação habilidosa com o
ritmo da vida nesta Terra significa que cada escolha, cada ação e cada suspiro podem
ser plenos e inteiros. Podemos estar presentes por completos, vividamente. Esse
é o segredo que está à nossa frente; basta abrirmos os olhos.
Qualquer um que siga os princípios da
Plena Atenção entrará em harmonia e em equilíbrio com o mundo natural e, aos
poucos, perceberá a sua natureza espiritual, natureza que não é fixa no tempo.
por Lama Surya Das
por Lama Surya Das
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