22 de out. de 2014

Cura e ansiedade


Observe a sua jornada...
O andarilho se perdeu na exploração do espaço e da paisagem exterior. Afastou-se tanto, dobrou tantas esquinas, tomou tantos atalhos, que já não consegue recordar o caminho de volta para casa, de volta para a sua mente e coração verdadeiros.
Quem o vê em perspectiva, perceba que tomou uma direção, que o deixa ainda mais distante do caminho capaz de conduzi-lo a um verdadeiro encontro consigo mesmo e com uma vida real. Sem conhecer ou compreender quase nada sobre o que se passa internamente, não tem a menor noção de para onde sua mente o levará - seja no nível material ou no nível sutil e espiritual.
Perceba... O homem foi a todos os lugares desse mundo, enquanto o seu universo interior permanece um território amplamente desconhecido e inexplorado. Há ali, ao seu alcance, exuberantes florestas, completamente virgens e selvagens. Há mares, rios e oceanos nunca antes navegados. Há muitas luas, planetas, estrelas e galáxias, uma miríade de universos e seres jamais suspeitados nem nos seus mais desvairados sonhos e devaneios.
Caminhar na superfície lunar, dominar o planeta, submeter todas as demais espécies, criar máquinas inacreditáveis e viajar pelo cosmos são meras brincadeiras infantis se comparadas à exploração consciente do seu próprio universo interior. O homem domina tudo, pensa conhecer todas as coisas, mas, paradoxalmente, não controla nem conhece a si mesmo. O homem é um ser ignorante acerca da sua própria essência e natureza.
Podemos dizer que adoecemos, porque perdemos contato com a sanidade que reside no fundo de nosso coração. Ignorando tudo o que diz respeito ao nosso íntimo, ao nosso universo interior, à nossa verdadeira essência e natureza, estamos distantes da sanidade básica e original da nossa própria mente. Estamos doentes pela ação da nossa própria cegueira interior. Cabe a nós, então, compreendê-la e removê-la, a fim de recuperarmos a plena sanidade, a qual corresponde ao nosso estado natural.
·         Mais do que necessário, é vital ao homem restabelecer sua sanidade, o equilíbrio, a harmonia entre a realização exterior e a respectiva odisseia interior. Se isso acontecer, finalmente haverá condições propícias, ainda não presentes atualmente, para que ocorra uma verdadeira e real mudança tanto no homem quanto no mundo. Uma mudança essencial.
Somente um novo homem, aliás, sempre novo, desperto dentro da sua própria mente, com domínio, conhecimento e discernimento de si, que tenha empreendido a sua jornada interior, que tenha finalmente alcançado e recuperado a sua sanidade, só este homem poderá gerar e plantar sementes de um mundo efetivamente mais humano, mais justo, mais são, mais feliz e saudável.
Acredito que, um dia, vamos alcançar o nosso maior equilíbrio. Nos caminhos às vezes pedregosos e obscuros da mente e da vida, todos vamos encontrar cada vez mais flores e frutos para alimentar a nossa paz e alegria.

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