Observe com Plena Atenção a sua
respiração...
Quando nos tornamos efetivamente
presentes - mente, corpo e coração em comunhão profunda entre si e com o
momento presente -, um verdadeiro milagre acontece. Despertos pela suprema luz
da consciência, conseguimos vislumbrar, perceber e tocar as infinitas
maravilhas da vida, sempre disponíveis àqueles que chegam cem por cento ao aqui
e agora.
O mestre Zen disse certa vez: “estamos
ocupados demais com futuro, passado e projetos sociais. Estamos sempre correndo
atrás de algo além e longe do aqui e agora, sem enxergarmos tudo o que já somos
e possuímos”.
O único futuro que temos, portanto,
habita o momento presente. O único passado que vale a pena está selado na
alegria disponível aqui e agora. A única viagem que nossa mente deve empreender
é a viagem de volta ao fundo do nosso coração e ao momento presente. Jamais
encontraremos felicidade real além desta realização e deste domínio. Chegar
aqui, cem por cento, é a única meta.
E, nesse sentido, buscando tantas
coisas fora de nós mesmos, temos agido como a monja que, sob a luz de um poste
de rua, procurava por seu grampo de cabelo. Ao verem a religiosa ali, noite
fria e escura, de joelhos, várias pessoas tentaram ajuda-la, vasculhando o chão
sem nada encontrar, até que alguém perguntou:
- Monja, a senhora tem certeza de que
perdeu seu grampo aqui?
E a monja respondeu: - Não, claro que
não. Na verdade eu o perdi na montanha, enquanto ia buscar água do poço. – Ao
que, surpresa, a pessoa questionou:
- Mas, então, por que a senhora
procura ele aqui, neste lugar? - e, a resposta da monja, veio na ponta da
língua:
- Ora, aqui há mais luz! Posso
procurar muito melhor do que lá!
Perceba... Desconectados de nossa
essência feliz, sem acessar a condição natural da nossa mente, nossas atitudes
parecem bastante insanas, pois sacrificamos a nossa felicidade procurando por
ela onde ela não está e onde não pode ser encontrada.
Se olhar em profundidade poderá
perceber que nossa marcha é ansiosa, angustiante e triste. As pessoas, em
geral, não andam em paz e serenidade, pois têm compromissos demais,
compromissos inadiáveis, muitos planos a realizar e, portanto, não têm tempo
para andarem em paz. Elas precisam correr, correr e correr sem parar. Se não
correrem sem parar, são invadidas por um grave sentimento de culpa, como se
estivessem perdendo um tempo precioso e devessem estar fazendo alguma coisa a
mais. As pessoas sofrem com o seu fazer compulsivo e, quando param, sofrem mais
ainda. Elas não têm tempo para o compromisso real com suas vidas. A felicidade
real, porém, não está no futuro, nem no passado, nem na realização de todos os
projetos imaginários. A felicidade reside e mora na união mente-corpo-coração,
na inteireza do nosso ser, no aqui e agora.
Quando estamos íntegros, o nosso andar
é belo, o nosso respirar é belo, o nosso sentar é belo, o nosso semblante é
belo, sem haver razão especial para que seja assim.
Enfim, a nossa felicidade depende da
nossa presença, e tal presença depende de quanto somos capazes de estabelecer e
manter a nossa Mente Atenta.
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