Começamos
com uma pequena história:
Um dia, perto do final de sua vida,
quando Gandhi estava subindo em um vagão de terceira classe, em um trem indiano
superlotado, alguns repórteres o alcançaram e perguntaram qual era a sua
mensagem. Ele se inclinou para fora da porta do trem e disse: “A forma como
vivo minha vida é o meu ensinamento”.
A Ação Correta, a quarta pedra de
toque do Caminho Óctuplo, pede a todos nós, buscadores espirituais, para
prestar atenção na forma como vivemos nossas vidas. Estamos fazendo o que
queremos fazer – nos comportando como desejamos nos comportar? Será que nossas
ações demonstram generosidade, paciência, atenção, sabedoria e disciplina? Em
resumo, estamos fazendo o que devemos ou estamos fugindo de nossa verdadeira
natureza?
A Ação Correta nos ensina que nossas
ações são como sementes – sementes cármicas. A sabedoria do senso comum nos
ajuda a compreender que sementes de maçã não produzem limoeiros. Quando nos
comportamos positivamente, obtemos resultados positivos; quando nos agarramos a
valores questionáveis, obtemos resultados questionáveis. Se ferimos os outros,
ferimos a nós mesmos; ao ajudarmos os outros, servimos a nós mesmos.
Podemos dizer que a prática da Ação
Correta lida com o cultivo da bondade e da virtude, na forma como tratamos os
outros; ela trata da criação de harmonia em nosso mundo, em nosso lar, nesta
vida, aqui e agora.
A Ação Correta muitas vezes se resume
naquele princípio milenar: trate os outros como gostaria de ser tratado. Será
que eu e você podemos fazer isso, com um espírito generoso e um coração aberto? Ou será que só Jesus, Buda, Madre Teresa, o Dalai Lama e alguns poucos outros
sábios e santos conseguem viver este ideal sublime?
Da mesma forma que o rugido do leão
acorda todos os animais na floresta, o Rugido do Darma (ensinamentos do Buda)
nos desperta e nos desafia a sermos sábios, mentalmente sãos, amorosos e
compassivos, como realmente podemos ser – convida-nos a ser tudo que somos –
para despertarmos e sermos fiéis a quem e ao que somos, em todos os dias de
nossas vidas – e não só naquilo que pensamos e dizemos, mas também no que
fazemos.
Toda a vida de Buda foi impregnada de
um forte sentido de missão. Logo após a sua Iluminação, ele observou com o
olhar interior a humanidade como um todo – pessoas exaustas e perdidas,
necessitando desesperadamente de ajuda e de orientação.
O Buda, então, disse que só ensinava
uma coisa, e só isto: “O sofrimento e o fim do sofrimento”. Tendo atingido a
Iluminação, ele não ficou sentado usufruindo da paz do Nirvana – o que
certamente poderia ter feito. Em vez disso, altruisticamente devotou sua vida a
ajudar os outros a se libertarem do sofrimento, através de seus próprios
esforços espirituais.
O Dalai Lama escreveu uma vez: ‘A
pessoa verdadeiramente religiosa aceita o fato de que é responsável pelos sentimentos
agradáveis e desagradáveis que experimenta, sendo estes os frutos de seu
próprio carma – fruto de suas próprias ações.
Neste ponto, pense na “vida passada”
que estava vivendo há cinco ou dez anos. Pense sobre como as suas ações de
então criaram a vida de hoje. Cada um de nós empreende uma jornada pessoal e
única, repleta da sua própria complexidade e maravilha. E nesta jornada, sempre
teremos diante de nós uma variedade de oportunidades, pequenas e grandes, para
viver a Ação Correta. Por isso fique atento a cada momento, a cada respiração,
a cada pensamento, a cada sensação que passa pelo seu corpo.
A ética de Buda nos informa que
“certo” é o comportamento que ajuda, em vez de prejudicar, comportamento que
conduz à libertação do sofrimento e à liberdade.
A
Bondade em Ação é a mensagem de Buda
“Não
faça nada que prejudique os outros; faça apenas o que é bom; treine e purifique
sua mente; este é o ensinamento do Buda; este é o caminho da Iluminação”.
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