Participe dessa caminhada que acompanha o Vale do Rio Carioca até as Paineiras, tendo a oportunidade de conhecer o ribeirão que emprestou seu nome ao habitante do Rio de Janeiro, ao mesmo tempo em que se banha em gostosas cachoeiras.
Dia: Veja Agenda (HOME)
Horário: 8h (chegar 15 minutos antes)
Ponto de Encontro: Condomínio Parque Marapendi, localizado na avn das Américas 4319 - em frente ao Barra Shopping e ao lado do Posto Esso.
Investimento: R$20,00
Nível: Subidas e Descidas
Duração: 1:30h
Atrações: Vista Panorâmica, Caminho Colonial, Ruínas, Cachoeiras
Garu de dificuldade: Médio
Aspectos histórico culturais:
Segundo MENEZES, P.C. (1996), o Rio Carioca, com seus 4,3km de extensão é personagem de relevo na história do Rio de Janeiro. Afinal, empresta seu nome à gente que aqui vive. Carioca quer dizer, dependendo da teoria, casa de branco ou rio dos acaris (acari significa peixe e oca significa casa; logo, casa do acari). Não importa. Qualquer que seja o significado, importante é lembrar que o Rio de Janeiro construiu sua história ao redor do Carioca.
Conde de Baependi e Rio Carioca (1906) |
Desde os primeiros tempos da ocupação da Baía de Guanabara, o Rio Carioca já era de suma importância para o abastecimento de água potável dos colonizadores. Com a chegada da Família Real portuguesa ao Rio, contudo, é que o Vale do Carioca, ou Vale das Laranjeiras, devido às vastas plantações de laranja que tinha em suas margens, ficou mais importante.
Com o influxo milhares de novos moradores - a gente da Corte que acompanhou D. João VI em sua fuga - o Rio de Janeiro foi obrigado a crescer. Cresceu na direção do Flamengo e, aos poucos, subiu o vale em direção ao Cosme Velho. As terras cortadas pelo Carioca foram divididas em grandes chácaras que passaram a ser ocupadas pela elite do Reino.
Na parte superior, atual Cosme Velho, estabeleceram-se, sobretudo, estrangeiros. Entre eles, na atual laadeira do Ascurra, os ingleses Young e Chamberlain. Um pouco mais acima, instalou-se o Conde Hogendorp. Este nobre era um general holandês que servira a Napoleão, de cuja amizade desfrutara e em nome de quem governara a polônia. Depois da batalha de Waterloo, o militar pediu para acompanhar Napoleão em seu exílio em Santa Helena. Tendo seu pedido negado pelas autoridades inglesas, acabou por exilar-se no Brasil.
Os passeantes do século passado utilizavam-se da picada, que saindo do Cosme Velho, levava até o ponto de captação das águas, e iam aí fazer piqueniques e passar o dia. Vários são os artistas que registraram esses passeios em suas telas, bem como diversas são as obras literárias que têm trechos passados no Silvestre, entre elas Lucíola de José de Alencar e Iaiá Garcia de Machado de Assis. A trilha daqueles tempos provavelmente difere muito pouco em seu traçado do caminho atual.
Era, naquela época, o rio muito mais largo e caudaloso que hoje, sendo, inclusive, navegável. Por ele desciam embarcações cheias de café ou laranjas em direção ao Centro. Na altura da atual praça José de Alencar havia uma ponte para os pedestres, que, para atravessá-la, tinham que pagar pedágio. Era conhecida como a ponte do Salema, por ter sido construída durante o governo deste nobre português.
Largo do Boticário |
Ainda no asfalto, próximo ao início da trilha, há também uma série de lugares interessantes, a começar pelo próprio bondinho, inaugurado em 1885, e sua estação. Não deixe de visitar o Largo do Boticário, último lugar onde o Rio Carioca ainda corre a céu aberto. O Largo, construído na década de 1930 em arquitetura neocolonial com material obtido das demolições feitas para a abertura da avenida Presidente Vargas, é de beleza e valor arquitetônico inestimáveis, tendo sido tombado recentemente. Também vale a pena visitar a Bica da rainha, na rua Cosme Velho n 109. Trata-se de interessante bica colonial cujo nome vem do fato que D. Maria "a louca", mãe de D. João VI, ali ia se refrescar durante seus passeios. Por último, dê um pulinho no Museu de Arte Naif, localizado no n 561 da rua Cosme Velho, junto á estação do bondinho. Esse museu conta com acervo de 8000 obras de Arte naif, provenientes de cerca de 130 países.
Bica da Rainha |
Para quem quiser aprofundar-se na história do Rio Carioca e do Vale das Laranjeiras, vale a pena ler o livro Vale das Laranjeiras-Cosme Velho, de Hélio Vianna, editado pela Secretaria Municipal de Cultura.
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