19 de jun. de 2015

Torne-se o verdadeiro você


Relaxe seus olhos... E comece a observar a sua respiração... Procure observar a sua respiração com Plena Atenção momento a momento... Chegue ao momento presente... Relaxe...
A prática da meditação cultiva a Plena Atenção momento a momento. Quando estamos conscientes, é significativamente menos provável que tenhamos uma reação reflexa diante de todos os botões emocionais, que nos foram implantados por eventos e comportamentos passados.
Nenhum de nós quer passar pela vida reagindo inconscientemente em função de antigos condicionamentos e preconceitos distorcidos do passado. Todos já passamos, por exemplo, pela experiência de dizer alguma coisa sem pensar, coisas que ouvimos nossos pais dizerem; essa é uma das maneiras pelas quais o preconceito e a intolerância são passadas adiante.
A Plena Atenção nos ajuda a nos relacionarmos com os outros de uma maneira que é possível sermos mais leais com quem realmente queremos ser; ajuda a sermos mais autênticos, o que, por sua vez, nos auxilia a conectar nossos relacionamentos à realidade presente e ao tempo atual.
Aplicar esse nível de consciência às nossas interações com os outros não significa que estamos simulando, manipulando ou tentando ser falsos com nossos sentimentos e emoções. Estamos simplesmente tentando ser mais atentos, compassivos e virtuosos – mais parecidos com um Buda em tudo o que fazemos.
Cada um de nós, no fundo, é um Buda – um ser desperto. Todos somos Budas. Cada um de nós possui inerentemente a compaixão e o amor de um Buda; cada um de nós possui a virtude e a moralidade de um Buda; cada um de nós possui a paciência, a aceitação e a tolerância de um Buda; cada um de nós possui a concentração e os poderes meditativos de um Buda; cada um de nós possui dentro de si a sabedoria de um Buda em potencial. Tudo isso está latente dentro de nós. Tudo o que temos a fazer é deixar desabrochar o nosso tesouro espiritual interior.
A meditação é uma técnica que nos ajuda a retornar à nossa natureza fundamental, original – a nossa natureza de Buda. O que estamos fazendo aqui, neste espaço, neste exato momento, é praticar para reagir a tudo na vida a partir desse núcleo básico de bondade essencial. Estamos treinando para abandonar as ilusões, fantasias e distrações que confundem a nossa vida; estamos aprendendo a desistir das reações e hábitos condicionados que nos impedem de prosseguir.
A prática da meditação é uma ferramenta que nos ajuda a abandonar os espinhos do condicionamento e ajuda a descobrir o belo, sábio e amoroso Buda enterrado debaixo da lama. Percebeu que maravilhoso? A prática da meditação nos ajuda a abandonar nossa raiva, nossos ressentimentos, nossa ambição, nosso ciúme, nossa arrogância e a descobrir nossa verdadeira natureza – nossa bondade amorosa, nosso amor e compaixão, enterrados sob essa lama, sob essa imensa escuridão. Esse é o verdadeiro você.
Se você quiser saber como reagir e o que fazer em cada situação da vida, pergunte a si mesmo como um Buda reagiria – o que um Buda faria? Se quiser saber o que fazer na vida, pergunte a si mesmo o que a Sabedoria e o amor fariam em uma situação assim. Quando principiamos com essa base, essa intenção, começamos a criar um modelo, um gabarito, para a maneira como nos relacionamos com as outras pessoas.
Sem dúvida a vida é difícil. Cabe a nós tentar torná-la mais fácil e feliz – tanto para os outros quanto para nós mesmos, para que todos possamos ter o que precisamos e almejamos. Essas são as intenções de um Buda.

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