3 de jun. de 2015

Despertando para um amor mais profundo - o amor de um Buda


Relaxe seus olhos e observe a sua respiração. Faça três respirações suaves e profundas... Chegando ao momento presente, desperte para o amor mais profundo... O amor de um Buda...
O tema central da nossa aula de hoje, gira em torno da maneira como podemos atender a esse chamado, abrindo o coração e aprendendo a amar e a nos interessar pelos outros e também por nós mesmos.
Precisamos realizar a transformação que nos torna capazes de amar de forma pura, altruísta e incondicional. Mas, descobrir uma maneira de personificar esse tipo de amor no meio do estresse e da tensão da vida cotidiana é um desafio monumental. O amor está chamando cada um de nós de volta para casa, para o vasto reservatório de amor que existe dentro de nós.
Todos queremos ser pessoas boas. Os buscadores espirituais, particularmente, têm a tendência de aspirar a serem mais amorosos e menos egoístas. Mas exatamente o que significa ser amoroso? O que significa ser bondoso e desprendido? Como saber se estamos dando as coisas certas no momento certo? Onde e quando devemos colocar o limite?
O amor é muito simples, mas encerra inúmeras sutilezas. O amor nos faz diminuir a visão egoísta e egocêntrica que temos do mundo. O fato de amarmos alguém ou alguma coisa nos ensina e desafia totalmente a irmos além de nós mesmos.
No entanto, para todos nós, muitos são os erros de julgamento cometidos em nome do amor. Nossa necessidade de romance, paixão e amor frequentemente é corrompida pela ganância, pelo ciúme, pelo medo e pela sombra das nossas histórias pessoais.
O amor requer sinceridade e autoexame. E na qualidade de buscadores espirituais, temos que procurar dentro de nós, questionar e examinar as nossas motivações e intenções enquanto decidimos o que devemos dar, quando devemos dar e para quem devemos dar.
Porque nunca se sabe quem é o enviado de Deus... Por que, então, é tão mais fácil dar, em situações em que existe algum status relacionado com a causa ou caridade? Deixe-me explicar... Por que temos a tendência de esquecer e apagar da mente os verdadeiros necessitados e os mais pobres entre os pobres, como se eles não existissem, enquanto alegremente enviamos belos presentes de aniversário e natal para pessoas que já têm muito mais do que precisam? Todos fazemos isso, não é mesmo?
Às vezes damos presentes caros, flores e vinho. Damos esses presentes porque queremos dar um bom presente, mas também porque queremos que as pessoas pensem que temos um gosto excelente, ou porque queremos receber outro convite. No entanto, precisamos, perguntar a nós mesmos até que ponto o nosso ato de dar é sincero e até que ponto estamos agindo por interesse próprio.
No Japão, os monges usam grandes chapéus que cobrem o rosto para que o doador nunca venha a saber quem foi o beneficiário da generosidade. Esta prática enfatiza a natureza transcendental e desprendida da generosidade; representa o ato de dar sob todas as formas: ele se estende de maneira transpessoal e anônima por todo o universo. Perceba... Sorrimos para um desconhecido; este se sente mais feliz com relação ao mundo e estende esse bom sentimento para outra pessoa, que por sua vez o passa adiante. “Passá-lo adiante” é a expressão mais eficiente – que causa certo efeito.

Encerramos com uma bela história:
Há vários anos, um incêndio na floresta varreu as montanhas ressequidas do Novo México, destruindo tudo em seu caminho. Uma comunidade fundada há trinta e cinco anos, foi completamente destruída por essa terrível calamidade.
Uma pessoa residente nessa comunidade era particularmente conhecida por sua grande coleção de livros espirituais, obras de artesanato, estatuetas e obras de arte – algumas originais.
Todos sabiam o quanto ela amava e era apegada a sua coleção. Depois do incêndio, ela contou que as únicas peças da sua inestimável coleção que haviam sobrevivido foram as peças que havia dado de presente. Disse que essa foi sua lição sobre desapego e generosidade. Ela estava feliz porque sabia onde alguns de seus antigos objetos ainda existiam. E tudo o que restara da sua paixão de uma vida inteira fora o que havia dado aos outros.

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