O meu mandamento é este: Amai-vos uns
aos outros.
Jesus, segundo João.
É possível que só exista uma pergunta
que os buscadores precisam perguntar a si mesmos: “Amo muito ou pouco”?
Desde o início dos tempos, homens e
mulheres de coração nobre e grandioso vêm estimulando a humanidade a amar uns
aos outros. Certa vez, o Dalai Lama disse: “Se quiserem a felicidade do
próximo, pratiquem a compaixão. Se quiserem ser felizes, pratiquem a
compaixão”. Madre Teresa de Calcutá disse: “Não é o que fazemos que importa,
mas o amor que depositamos no que fazemos. Não é quanto damos que importa, mas
o amor que depositamos na ação.
Então, percebemos que aprender a amar
é a meta da vida espiritual. O amor é a verdade. O amor é a luz.
Em que você pensa quando pensa no
amor? Nas pessoas que ama – seus filhos, seu parceiro amoroso, seus amigos? Pensa nas coisas que ama? Desfrutar a natureza, pescar, sentar no seu jardim?
Quando dizemos que amamos algo ou
alguém, o que geralmente queremos dizer é que amamos o que esse algo ou alguém
nos faz sentir. Podemos dizer que amamos determinada pessoa, mas ao analisar
melhor, o que realmente amamos? Na verdade amamos o que sentimos por estar com
esse algo ou alguém.
Ao percorrer o caminho espiritual,
estamos tentando compreender melhor o que significa o amor; estamos aprendendo
a abrir o coração e a cultivar uma espécie de amor mais profundo, menos
egocêntrico, mais fidedigno e mais abrangente.
Todas as tradições religiosas e
espirituais têm santos e santas que inspiram amor pela sua capacidade de amar.
Madre Teresa de Calcutá, o Dalai Lama, São Francisco de Assis, Rumi, Kabir
Santa Teresa d’Ávila e outros... Em todas as culturas, em todos os tempos, em
todos os lugares, existiram gigantes espirituais que caminhavam entre nós.
Alguns podem nunca ter sido reconhecidos ou canonizados por nenhum grupo
religioso formal, mesmo assim seu comportamento revelava santidade. E a
qualidade que esses gigantes espirituais representavam era o amor.
Percorrer o caminho espiritual
significa que estamos tentando aprender a amar incondicionalmente. Acho que os
buscadores às vezes tendem a se condenar por não haver dominado totalmente o
amor incondicional. Mas quem é capaz de amar como Deus? Somos seres
humanos tentando compreender e cultivar o que significa sentir o amor divino.
Precisamos, então, começar com metas pequenas e realistas.
Madre Teresa disse: “Não podemos fazer
grandes coisas. Só podemos fazer pequenas coisas com muito amor”. Madre Teresa
tinha menos de um metro e meio de altura, contudo era um gigante espiritual.
Ela também disse: “O que estamos fazemos é só um pingo no oceano, mas se esse
pingo não caísse no oceano, acho que o oceano seria menor por causa da falta
desse pingo”.
Perceba... Precisamos realizar nossas
intenções procurando maneiras pequenas e concretas de demonstrar nosso amor
pelos seres que cruzam nosso caminho. Ao tentar aumentar nossa capacidade de
amar, temos de praticar o amor. Mas como praticar o amor?
Vivemos num mundo pleno de injustiças.
Algumas delas parecem dirigir-se diretamente para nós e, frequentemente
reagimos levando-as para o lado pessoal. “Fizeram uma maldade comigo”. “Marta
foi insensível! Me deixou plantado na chuva outra vez”. “João me trocou por
outra”.
E as injustiças enormes desse mundo –
tão horríveis que chega a ser difícil imaginá-las? Hittler, nascidos na
Argélia, Bósnia, Ruanda, Camboja ou em dezenas de outros lugares onde o ódio
governa e prevalece. Como esquecer o Apartheid?
Perdão e paciência diante do mal são
uma questão difícil. Quem consegue compreender as exibições inacreditáveis de
crueldade que acontecem diariamente à nossa volta¿ Mas cada ato de perdão, é
naturalmente, um ato de amor. Também é um ato de libertação da sabedoria;
liberta a alma e o espírito dos fardos pesados e deixa livres para experimentar
mais uma vez o momento presente, deixando de lado as ponderações sobre o
passado e futuro. É um milagre interno que todos temos o poder de realizar.
Quando somos incapazes de perdoar,
sofremos as consequências. Pagamos um preço terrível pelo ódio, pela ira, pelo
ressentimento e pela raiva. Tanto a saúde física quanto a emocional sofrem com
isso. Todos precisamos da capacidade de perdoar.
É difícil perdoar Adolf Hittler, Idi
Amin e outros, mas tentamos perdoar uma humanidade que permitiu o florescimento
do ódio que se concentra no nazismo, no racismo ou em qualquer outra forma de
ódio. Precisamos perdoar nossa própria participação nisso.
Lembrar as muitas injustiças e crueldades
deste mundo ajuda-nos a nos tornarmos mais conscientes do nosso próprio
comportamento e dos nossos pensamentos.
A
mensagem que fica é:
Se realmente abominamos a
desumanidade do homem com a humanidade, como sempre dizemos, então precisamos
nos empenhar em arrancar pela raiz da nossa própria mente e coração todas as
formas de ódio e preconceito. Isso é certamente necessário para a nossa paz e
nosso bem estar, bem como para promover a paz mundial. Isso faz parte do amor.
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