24 de jun. de 2011

Ganapati Upanishad

Auspício àqueles que assim ouvem o Shánti.

1.
Om Gam Ganapataye namah: Om Gam; eu me curvo ante Ganapati.

2.
Tu és claramente o tattva (o todo). Somente Tu és o Criador. Somente Tu és o Mantenedor. Somente Tu és o Destruidor. De tudo isso, Tu certamente és Brahman. Tu és evidentemente a essência.

3.
Sempre eu falo Amrita (o Imperecível). A verdade eu falo.

4.
Proteja-me. Proteja os falantes. Proteja os ouvintes. Proteja os doadores. Proteja os mestres. Proteja o discípulo que repete. Proteja no leste. Proteja no sul. Proteja no oeste. Proteja no norte. Proteja acima. Proteja abaixo. Proteja em toda parte! Proteja-me em toda parte!

5.
Tu és palavra. Tu és consciência. Tu és beatitude. Tu és Brahman. Tu és Ser-Consciência-Beatitude. Tu és o Não-dual. Tu és claramente Brahman. Tu és Conhecimento. Tu és Inteligência.

6.
Tu crias todo este mundo. Manténs todo este mundo. Todo este mundo é visto em Ti. Tu és terra, água, ar, fogo e éter. Tu estás além das quatro medidas da fala. Tu estás além dos três Gunas (sattva, rajas, tamas). Tu estás além dos três corpos. Tu estás além dos três tempos (passado, presente, futuro). Estás sempre situado no Muladhára. Tu és o ser das três Shaktís (icchá,kriyá, jñána). É em Ti que os yogis sempre meditam. Tu és Brahmá, Tu és Vishnu, Tu és Rudra, Tu és Agni, Tu és Váyu, Tu és o Sol, Tu és a Lua, Tu és Brahman, Bhur-Bhuvah-Svar (a Terra, a Atmosfera, o Céu).

7.
Ga é a primeira sílaba. Em seguida, a primeira letra, além dela, o M, e então a meia-lua. Unido a M, essa é a forma do mantra.

8.
A letra Ga é a primeira forma. A letra A, a forma média, e o M (anusvara), a última forma. O Bindu é a forma mais elevada, Náda(o som sutil) é o unir-se; Samhitá (a canção), a junção. Esse é o vidyá (conhecimento) do Senhor Ganesha.

9.
Ganaka é o rishi; Nrichad-Gáyatrí, a métrica; Sri Mahaganapati, o devatá. “Om Ganapataye Namah”.

10.
Pensemos Naquele de Um-Só-Dente, meditemos Naquele de tromba curvada, possa este Dente nos guiar!



Om Ekadantaya vidmahe
vakratundaya dhimahi
tanno danti prachodayat


11.
Um Dente, quatro braços, carregando o laço e o aguilhão, faz os gestos (mudrás) de dissipar o medo e conceder bençãos, com um rato como emblema sobre sua bandeira.

12.
Vermelho, com uma grande barriga, suas orelhas assemelham-se a abanadores. Trajando vestimentas vermelhas, seus membros são ungidos com perfume (sândalo) vermelho. É verdadeiramente adorado com flores vermelhas.

13.
Ao devoto, um deus misericordioso, o Construtor do Mundo, a Causa Primordial, que no começo da Criação era maior que a Natureza e o Homem.

14.
Aquele que, sempre assim, medita, é o maior dos Yogis.

15.
Reverência ao Senhor dos Votos. Reverência a Ganapati. Reverência ao Primeiro Senhor. Reverência a Ti, de Grande-Barriga, a Ti, que tem um só Dente, Destruidor-de-Obstáculos, filho de Shiva, o Doador de Bençãos, reverência, reverência!

16.
Aquele que estuda esse texto do Atharva move-se em direção a Brahman. É sempre bem-aventurado. Não é limitado por nenhum obstáculo. Livre dos cinco maiores pecados e dos cinco menores. A meditação no crepúsculo destrói as ações demeritórias da noite. No crepúsculo e pela manhã, ele é liberado do mal e adquire Dharma, Artha, Kama e Moksha (justiça, riqueza, realização dos desejos e liberdade).

17.
Esse Artharva Shira não deve ser dado àqueles que não são discípulos. Se por ilusão uma pessoa assim fizer, é uma pessoa má.

18.
Aquele que deseja algo pode alcançá-lo através de 1000 recitações desse texto. Aquele que esparge Ganapati com esse texto torna-se eloqüente. Aquele que o recita em um quarto dia se transforma em um conhecedor de Vidyá (a ciência sagrada).

Eis um provérbio do Atharva: “quem se dirige em direção a Brahmávidyá (o conhecimento do Absoluto) nunca teme”. Aquele que cultua com grãos tostados, torna-se famoso e inteligente. Aquele que cultua com carne-doce (modaka), ganha o fruto desejado. Aquele que cultua com samit e ghee, tudo alcança, tudo ganha.

Aquele que faz oito brahmanes compreenderem esse texto, torna-se como os raios do Sol. Aquele que tenha recitado esse texto em um eclipse solar, em um grande rio ou na frente de uma imagem, torna-se realizado no mantra. Torna-se livre dos grandes obstáculos. É livre dos grandes infortúnios.


Tradução do Sânscrito para o inglês: Mike Megee (lokanath Maharaj)
Tradução para o português: Alexandre Vieira

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